sábado, 24 de setembro de 2011

A Primavera...

"A Primavera chegará,
 mesmo que ninguém mais saiba seu nome,
 nem acredite no calendário,
 nem possua jardim para recebê-la. (...)

 Vozes novas de passarinhos
 começam a ensaiar as árias
 tradicionais de sua nação.
 Pequenas borboletas brancas e amarelas
 apressam-se pelos ares,
 - e certamente conversam:
 mas tão baixinho que não se entende.
 (...)
 Mas é certo que a primavera chega.
 É certo que a vida não se esquece,
 e a terra maternalmente se enfeita
 para as festas de sua perpetuação. (...)

 Tudo isto para brilhar um instante,
 apenas, para ser lançado ao vento,
 - por fidelidade à obscura semente,
 ao que vem, na rotação da eternidade.
 Saudemos a primavera, dona da vida - e efêmera."
                                                          Cecília Meireles




                                                                







quinta-feira, 15 de setembro de 2011

40 Anos de Greenpeace

Neste dia 15 de Setembro de 2011, quatro décadas de zelo as diferentes formas de vida nos mais recônditos lugares do planeta são completas pelo Greenpeace. Organização global e independente que atua para defender o ambiente e promover a paz, inspirando as pessoas a mudarem atitudes e comportamentos, baseada nos valores de Independência, Não violência, Confronto Pacífico e Engajamento.
“Uma viagem pela vida e pela paz”: palavras de Irving Stowe, um dos fundadores do órgão, ao descrever o plano de navegar com um pequeno barco rumo ao oceano Ártico, onde a tripulação tentou parar testes com bombas nucleares promovidos pelo governo americano. Movimento iniciado por pacifistas, ecologistas, jornalistas e hippies que tinham um objetivo em comum e por este reuniram dezesseis mil pessoas em um concerto,  com a participação de Joni Mitchell e James Taylor, que arrecadara a verba necessária à viagem.
A campanha contra os testes nucleares duraram 25 anos, de 1971 até 1996, quando o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares foi assinado. Contra o descarte de lixo no mar levou seis anos e resultou no banimento global do descarte de lixo radioativo. Para salvar a Antártica, o Greenpeace montou uma base permanente no mais remoto e selvagem ambiente na Terra, aguardando por cinco anos até 1991, quando 39 governos concordaram em aderir a uma moratória de 50 anos de toda exploração mineral na Antártica. 
Mas quem torna todas essas atividades passíveis de êxito são pessoas normais em prol de um ambiente equilibrado e duradouro ao todo que depende deste. Apesar disso, estes já foram presos, ameaçados fisicamente e perseguidos politicamente, já que suas ideias muitas vezes ferem ao capitalismo e a interesses que denigrem com o meio irresponsavelmente pela busca enlouquecida ao papel chamado dinheiro e que equivocadamente guiamos nossa sobrevivência. 
O Greenpeace é global, moderno e efetivo, encontra-se espalhado pela Ásia, América Latina, Europa, América do Norte e África. A organização opera seu próprio time de cientistas baseados na Universidade de Exeter no Reino Unido. Os navios do Greenpeace funcionam como plataformas flutuantes de informação, com satélites permanentes conectados à internet. Assim o Greenpeace alcança 11 milhões de ativistas online ao redor do planeta – levando a proteção do meio ambiente para as redes digitais.


* Fica registrado por meio deste nossa profunda admiração ao trabalho que engaja diferentes gerações de forma voluntária, para que as seguintes possam também desfrutar daquilo que um dia seus antepassados reconheciam como natureza e planeta Terra propriamente dito!! PARABÉNS!!!!

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

30 Motivos X Tempo


  1. O Brasil abriga 20% de todas as espécies do planeta.
  2. O mundo perde 27.000 espécies por ano.
  3. A Amazônia ocupa metade do Brasil e abriga 2/3 de todo o remanescente florestal brasileiro atual.
  4. O Brasil detém 12% das reservas hídricas do planeta.
  5. Já perdemos cerca de 20% da Amazônia, o limite estabelecido pela lei.
  6. Na Mata Atlântica, bioma de mais longa ocupação no Brasil, 93% já foi perdido.
  7. Mesmo quase totalmente desmatado, ainda tem gente que ataca a mata atlântica: a taxa média de desmatamento de 2002 a 2008 foi equivalente a 45 mil campos de futebol por ano.
  8. Perdemos 48% do cerrado.
  9. Perdemos 45% da caatinga.
  10. Entre 2002 e 2008, a área destruída no cerrado foi equivalente a 1,4 milhão de campos de futebol por ano. Na caatinga, a 300 mil campos.
  11. Perdemos 53% dos pampas.
  12. Entre 2002 a 2008 é equivalente a 4 mil campos de futebol por ano nos pampas.
  13. Perdemos 15% do Pantanal.
  14. Por ano, perde-se 713 km² de Pantanal.
  15. Se mantivermos as taxas de desmatamento registradas até 2008 em todos os biomas, perderemos o equivalente a três Estados de São Paulo até 2030.
  16. O Brasil é o 4º maior emissor de gases de efeito estufa, que provocam o aquecimento global, principalmente porque desmatamos muito.
  17. 61% das nossas emissões vêm do desmatamento e queima de florestas nativas.
  18. A expansão pecuária na Amazônia é, sozinha, responsável por 5% das emissões de gases-estufa em todo o mundo.
  19. Mudanças climáticas impactam diretamente as cidades brasileiras. Catástrofes como os que vimos no Rio no início do ano serão comuns. Preservar as florestas ajuda a regular o clima e proteger as populações.
  20. Mudanças climáticas impactam diretamente a agricultura. A Embrapa, por exemplo, prevê desertificação do sertão nordestino e impacto nas principais commodities brasileiras, como soja e café; os mais pobres sofrem mais.
  21. Saltamos de uma taxa de 27 mil km² de desmatamento na Amazônia em 2004 para menos de 7 mil em 2010. É possível zerar essa conta!
  22. Empresas que comercializam soja no Brasil são comprometidas, desde 2006, a não comprar de quem desmata na Amazônia. A produção não foi afetada e o mercado pede por produtos desvinculados da destruição da floresta.
  23. Os maiores frigoríficos brasileiros anunciaram em 2009 que não compram de quem desmata na Amazônia. O mercado não quer mais desmatamento.
  24. O Brasil pode dobrar sua área agrícola sem desmatar, ocupando áreas de pasto ou abandonadas.
  25. 60% da vegetação nativa do Brasil está contida nas reservas legais – instrumento de preservação do Código Florestal que os ruralistas tentam acabar.
  26. A pecuária ocupa cerca de 200 milhões de hectares, quase ¼ de todo o Brasil. Boi ocupa mais espaço que gente. E isso porque a produtividade da pecuária no Brasil é muito baixa: 1 boi por hectare. Dá para triplicar o rebanho sem desmatar.
  27. Um terço de todo o rebanho bovino brasileiro está na Amazônia, onde 80% da área desmatada é ocupada com bois. Ali há 22,4 milhões de hectares de pastagens abandonadas e degradadas, ou uma Grã-Bretanha, que poderiam ser reaproveitadas. Só não são porque derrubar é mais barato.
  28. Mais de 70% das espécies agrícolas cultivadas dependem de polinizadores, que por sua vez dependem da natureza em equilíbrio. A FAO calcula que esse serviço prestado pelos insetos é equivalente a € 150 bilhões (R$ 345 bilhões), ou 10% produto agrícola mundial.
  29. O Código Florestal surgiu em 1934 e foi renovado em 1965, por técnicos e engenheiros ligados ao Ministério da Agricultura. É uma lei nacional, feita para proteger os recursos naturais em benefício de todos. Ele precisa ser fortalecido em sua missão.
  30. Num cenário de desmatamento zero, a agricultura familiar teria tratamento diferenciado. Isso porque, a despeito de ocupar apenas 25% da área agrícola brasileira, é o real responsável por produzir a comida (70% do feijão, 58% do leite e metade do milho brasileiro vem da agricultura familiar) e por gerar emprego no campo (74% da mão de obra).
    * Estes não são meros motivos que devem  causar determinada preocupação e de certa forma uma inconformação perante os números apresentados a você leitor(a), porém basta lembrá-lo(a) que tudo é fruto da maneira errônea humana de agir no meio ambiente que a cerca e que lhe configura prolongada existência. Utilize dos minutos que concedera a leitura do mesmo para que represente o tempo que coibirá que os  alarmantes algarismos sejam multiplicados, afinal como diria Renato Russo nem todo Tempo está Perdido!

    Fontes: MMA, IBGE, FAO, SOS Mata Atlântica, Embrapa